O Cine Windsor que ficava no centro, na General Osório (antes do advento cinemanoshoppingestacionamnetoepipoca) virou cinema pornô (!!!) até que um dia fechou. O Centro Cultural Evolução (berço de tantos
artistas campineiros) também encerrou suas atividades. O Levante Cultura (movimento apartidário pela transformação da política pública cultural de Campinas) protestando contra os roubos efetuados pelo poder público, fez uma grande ação na Praça Correia Lemos, onde deveria estar o Teatro Castro Mendes. Mas, tristemente, a maioria dos que estavam presentes eram artistas e reporteres.
E a população? Bom, o parque da cidade vizinha, onde a garota morreu, reabriu 15 dias depois com uma fila imensa de pessoas enlouquecidas para novas e emocionantes aventuras no país mais divertido do mundo (pelo menos é o que o marketing do parque diz). A garota estuprada ao vivo, em canal aberto no programa de TV, foi assistida por milhões de pessoas, que só se manifestaram na hora de escolher seu mais novo herói milionario, colaborando para que no ano que vem, seja realizado outra edição do reality show mais popular da TV brasileira.
feito se fechassem os shopings ou os estádios de futebol da cidade. E cada vez mais tenho a impresão que os valores estão distorcidos, e que o rito, o teatro, a arte do encontro que desde os tempos primitivos nortearam o movimento do homem interpretando e entendendo o mundo estão ficando a margem. Na grande sociedade do espetáculo (como bem definiu Debord), o espaço não é publico, é privado, é fabricado, facebookado, holiwodizado, alienado e ado a-ado cada um no seu quadrado.