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Sobre o Bosque, o Coletivo e outras coisas mais.

O Bosque dos Jequitibas tem cheiro de infância. Cheiro de marmita que meu pai fazia, do sorvete com a irmã no dia de receber cachê e pancaque da payot, que naquela época eu nem sabia que era tão caro. Enquanto conto/canto a história do capoeirista brasileiro ou da menina russa, conto também um pouco da minha história, escondida nas frestas do piso de madeira, nas cortinas rotas e na pintura gasta com a ação do tempo. A primeira vez que me apresentei no Carlito Maia eu tinha 10 anos.
Março de 2012, o Coletivo Onírico realiza sua primeira temporada, meio no susto, após inúmeros emails tentando contatar o poder público para conseguir pauta. Trocaram o prefeito, trocaram o secretário, só não trocaram o teto do pequeno teatrinho (é o mesmo de quando eu tinha 10 anos). A cidade de Campinas vive um momento crítico, todos os teatros estão fechados.
O Coletivo Onírico ocupa o único teatro público em atividade. Estar ali é resistir contra a ação do mundo contemporaneo em que vivemos, onde capitalizados e engendrados num ciclo vicioso de produção e consumo, as ações artisticas não encontram espaços e públicos para acontecerem.
O Cine Windsor que ficava no centro, na General Osório (antes do advento cinemanoshoppingestacionamnetoepipoca) virou cinema pornô (!!!) até que um dia fechou. O Centro Cultural Evolução (berço de tantos
artistas campineiros) também encerrou suas atividades. O Levante Cultura (movimento apartidário pela transformação da política pública cultural de Campinas) protestando contra os roubos efetuados pelo poder público, fez uma grande ação na Praça Correia Lemos, onde deveria estar o Teatro Castro Mendes. Mas, tristemente, a maioria dos que estavam presentes eram artistas e reporteres.
E a população? Bom, o parque da cidade vizinha, onde a garota morreu, reabriu 15 dias depois com uma fila imensa de pessoas enlouquecidas para novas e emocionantes aventuras no país mais divertido do mundo (pelo menos é o que o marketing do parque diz). A garota estuprada ao vivo, em canal aberto no programa de TV, foi assistida por milhões de pessoas, que só se manifestaram na hora de escolher seu mais novo herói milionario, colaborando para que no ano que vem, seja realizado outra edição do reality show mais popular da TV brasileira.
A população não fez nada quando fecharam os teatro e cinemas. Mas fico pensando o que teriam
feito se fechassem os shopings ou os estádios de futebol da cidade. E cada vez mais tenho a impresão que os valores estão distorcidos, e que o rito, o teatro, a arte do encontro que desde os tempos primitivos nortearam o movimento do homem interpretando e entendendo o mundo estão ficando a margem. Na grande sociedade do espetáculo (como bem definiu Debord), o espaço não é publico, é privado, é fabricado, facebookado, holiwodizado, alienado e ado a-ado cada um no seu quadrado.
(Henrique D.)

Catação no Bosque

E no mês de março tem Catação de História e Contação de Lixo no Teatro do Bosque em Campinas!! Quem ainda não viu, tem que ver! O Bosque fica na rua Coronel Quirino, 02 no centro de Campinas.
Esperamos voces lá!

Brincadeiras Musicais no MAM

Na tarde do dia 28 de janeiro, as famílias que passavam pelo Museu de Arte Moderna puderam ver uma movimentação bastante colorida e sonora! A oficina “Brincadeiras Musicais” oferecida pelo Coletivo Onírico movimentou pais e filhos na construção de instrumentos sonoros com materiais reaproveitados. Garrafas pet, latas, garrafas de iogurte, rolos de papelão, materiais que entram e saem de nossas casas todos os dias, se transformaram em tambores, chocalhos, agogôs entre outros brinquedos musicais. As atividades se iniciaram com uma roda de contação de histórias, e para finalizar, várias brincadeiras, onde as crianças tiveram a chance de testar seus instrumentos recém saídos do forno!! O Coletivo Onírico agradece a equipe do MAM pelo apoio e as os pais que se permitiram entrar na brincadeira.
Créditos das fotos: Karina Bacci e Pedro Nasser.

Oficina “Brincadeiras Musicais” no MAM

Dia 28 de janeiro, o Coletivo Onírico realizará a oficina “Brincadeiras Musicais” no MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo. O evento é gratuito, e acontece das 15h – 16h30. Tragam os pequenos para escutarem histórias e construirem instrumentos musicais com materiais reciclados. Maiores informações pelo sito do MAM:
www.mam.org.br/calendario/ver/ferias-no-mam-oficina-de-brincadeiras-musicais-com-o-coletivo-onirico

Oficina do Teatro de Maquinaria

No dia 16 de Janeiro o Coletivo Onírico recebeu o grupo Teatro de Maquinaria, nessa ocasião representado por Fabrício Moser e Marcio Antunes que vieram ministrar a oficina Introdução ao Estudo Prático da Biomecânica Teatral. A oficina aconteceu no Centro Cultural Vicente Musselli, uma parceria com a Casa de Cultura de Valinhos.

Em um primeiro momento Fabrício vez uma breve explanação teórica sobre a vida e obra de Meyerhold, nos instigando a conhecer mais esse artista russo, inovador, agitador cultural e político, um homem claramente à frente de seu tempo.Iniciamos o trabalho prático com um aquecimento, guiado por Marcio, que de forma cuidadosa e generosa fez apontamentos individuais sobre a postura de cada participante e nos despertou para uma prática de consciência corporal.

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Realizamos uma partitura de movimentos denominada “A Pedra”, que integra o grupo de exercícios de treinamento, ou de pré-para-ação, como bem observou Fabrício, da biomecânica de Meyerhold.

De uma complexidade instigante a partitura trabalha diversas qualidades de movimento como, por exemplo, oposição, pontuação, desequilíbrio, a expansão e a retração.

Pela partitura constituir-se também de ações: lançar a pedra, olhar, pegar, comemorar, percebemos que aos poucos um trabalho de intenções também pode ser desenvolvido, o que torna o trabalho corporal, em si um trabalho artesanal e minucioso ainda mais interessante.

Foi muito prazeroso recebê-los e conhecer um pouco do trabalho do Teatro de Maquinaria. Encontramos alguns pontos em comum nas nossas maneiras de trabalhar, como a intervenção urbana como forma de pesquisa, por exemplo. E fomos despertados a refletir nosso papel enquanto grupo interiorano, fora do eixo, mas dentro da roda, não só da roda comercial, mas da roda em seu sentido mais poético, aquela que engloba e acolhe fazendo com que nos sintamos parte.

Nos dias que se seguiram ficaram as dores físicas, lembranças dessa vivência rica e um desejo de continuar pesquisando meyerhold, que vagarosamente vem se tornando parte de nosso treinamento, e também com o Teatro de Maquinaria, que já vemos como um parceiro!

Quem quiser saber um pouco mais sobre

o grupo o site deles é www.teatrodemaquinaria.com

Têm uns vídeos bem bacanas!

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E que Meyer Hold Us !!!!

Teatro de Maquinaria traz oficina para atores e bailarinos em Valinhos

O Teatro de Maquinaria (Rio de Janeiro), em parceria com o Coletivo Onírico (Campinas) traz para Valinhos, nos dia 16 de janeiro, entre 13 e 19h30, o projeto Teatro de Maquinaria em Trânsito pelo Brasil.
A oficina é direcionada a curiosos, estudantes, artistas e profissionais do teatro e dança. A ação também vai estabelecer uma rede de contato para projetos entre os participantes e registrar o processo de troca no site do Teatro de Maquinaria: www.teatrodemaquinaria.com
Segundo os oficineiros Marcio Antunes e Fabricio Moser, “a oficina vai promover nestes dias de encontro a experiência dos exercícios teatrais biomecânicos, que há dois anos funcionam como base para o treinamento dos atores ligados ao Teatro de Maquinaria”. Direcionado também a bailarinos, este sistema de educação específico foi desenvolvido pelo encenador russo Vsevovlod Meyerhold no início do século XX, com o objetivo de formar seus interpretes. Desde então, suas matrizes de estudo servem como referência para importantes grupos teatrais nacionais e internacionais.
A oficina será realizada no Centro Cultural Vicente Musselli ao lado do Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini (Festa do Figo). São 20 vagas e para participar da Oficina é necessário enviar um e-mail para coletivoonirico@gmail.com até o dia 10 de janeiro. O valor da inscrição é R$ 20,00. Informações e inscrições podem ser obtidas pelos telefones 19-9130.8370, 19-93825159, (21)9315 4484, ou pelo email: coletivoonirico@gmail.com
http://www.teatrodemaquinaria.com/
Serviço:
Oficina Teatro de Maquinaria
Destinado a curiosos, estudantes, artistas e profissionais do teatro e dança
Data: 16 de janeiro (segunda-feira)
Horário: das 13 às 19h30
Local: Centro Cultural Vicente Musseli- Valinhos- SP (Av. Joaquim Alves Corrêa, 627, bairro Santo Antonio- Valinhos)
Valor: R$ 20,00
Informações: 19-9130.8370/ 19-93825159, (21) 93154484, ou pelo email: coletivoonirico@gmail.com