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Coletivo Onírico no Grito Rock Piracicaba!

E domingo, dia 03 de março foi um dia inusitado! Segundo e último dia do Grito Rock na cidade de Piracicaba, realizado pelo Coletivo Piracema. O festival ocupou a praça de Santa Terezinha com uma programação super eclética que incluia campeonato de skate, artes cênicas, feira integrada, dança, e shows com diversas bandas de rock e também de outros gêneros.
 
Você que esta lendo com certeza já deve ter escutado falar no Fora do Eixo, certo?  Pra quem não sabe, o Circuito Fora do Eixo é uma rede de trabalhos criada por produtores culturais das regiões do centro-oeste, norte e sul lá pro final de 2005. O objetivo inicial era promover festivais de bandas e outras expressões artísticas numa proposta de intercâmbio. Essa rede cresceu, existem Casas Fora do Eixo espalhados por todo o Brasil, e também fora dele. Para sustentar todo esse recurso material e projeto político-cultural, há uma constante pesquisa de editais para financiamentos públicos e privados combinada com a elaboração e envio de projetos para captação dos recursos neles disponibilizados.
O Coletivo Onírico apóia essas e quaisquer outras ações que descentralizam a cultura e propõe novas relações de mercado. É preciso sair da margem, ocupar as praças, as midias… Se for pra ficar de fora, só se for Fora do Eixo! Ficou curioso? Quer saber mais?

Acesse o portal do fora do eixo pelo link: www.foradoeixo.org.br
E o facebook do Coletivo Piracema, que responde pela Casa Fora do Eixo em Piracicaba:https://www.facebook.com/coletivopiracema

 

Palhacetas

Do dia 03 à 09 de Dezembro de 2012 eu, Lis Nasser e a Parça Mariana Schizarro partimos para o Rio de Janeiro com malas, cadeirinha cenográfica, barriga de grávida e muita expectativa, para participar do Anjo do Picadeiro 11 – Encontro Inter…nacional de Palhaços. Que por definição do próprio site – www.anjosdopicadeiro.com.br é:
“Anjos do Picadeiro – o maior encontro internacional de palhaços produzido desde 1996 pelo Grupo Carioca Teatro de Anônimo, em iniciativa independente para comemorar seus dez anos de atividade. O encontro nasceu da necessidade de aprofundar a investigação sobre a arte de fazer rir, em especial a arte do palhaço, e de criar uma rede de intercâmbio e troca entre os sujeitos protagonistas do fazer circense, independente de escola ou tradição, transformando-se, ao longo dos anos, em um espaço de intercâmbio, reciclagem e qualificação profissional.
O Anjos do Picadeiro hoje em dia simboliza uma grande rede de intercambio, ultrapassando os dias do encontro. Gera desdobramentos no decorrer do ano, encontros entre mestres e jovens artistas, parcerias, oportunidadesde trabalho; fóruns de discussões; publicações e por aí em diante. É um espaço democrático para a troca de idéias e construção coletiva, informações, reflexões e confrontações, além
de representar também um lugarde formação e qualificação profissional.”
“Falar em rede é falar das inúmeras parcerias construídas ao longo dos anos de existência do encontro.”
João Carlos Artigos
Lá encontramos um pouco de tudo, vários tipos de palhaços, internacionais, encantadores, virtuoses, arrogantes, humildes, iniciantes, experientes ou várias dessas qualidades juntas.
Eu pessoalmente, já havia participado do encontro então vivi também alguns reencontros felizes com pessoas queridas.
Também nos encontramos com a Lapa carioca e sua noite fervente, sua poesia na cultura brasileira, em sua variedade de formas e seu lado grotesco, seu fedor, suas figuras em situação de rua e dependência química. O perigo de não poder andar sozinho, o calor do rio, a correria do evento.
Mas acredito que o que mais nos marca são os encontros com pessoas maravilhosas, palhaços ou não que se tornaram amigas naquele momento e quem sabe na vida.
Apresentamos um número das Palhaçetas, que ainda é um bebê, no Palco Aberto. Foi uma experência muito boa, primeiramente pelo prazer de brincar, e pela oportunidade de receber um retorno de pessoas que entendem da arte.

O número, ainda sem nome, é parte de nossa pesquisa que pretende abordar questões do universo feminino através de um viés pessoal e da arte da palhaçaria. Nesse número a Palhaça Sambina e a palhaça Pafúncia entram em uma missão transloucada com o objetivo de tornar Pafúncia em um exemplo de Beleza feminina padrão, tendo como exemplo as mulheres das revistas de beleza feminina. Obviamente que a missão fracassa e as duas acabam por se render aos prazeres da carne, ou melhor do açúcar!
A Beleza feminina é uma questão para nós. Sentimos que socialmente esses conceitos estão muito entrelaçados e que mesmo que de forma inconsciente, na maioria das vezes é, acabamos nos afetando com a forma com que somos vistas. As pessoas em geral querem ser bonitas, atraentes, seja dentro de seu próprio padrão, ou seja, dentro de um padrão criado pela indústria. O que acontece é que muitas vezes esses padrões se misturam e já não sabemos mais o que é o que. Além disso, sinto que mesmo optando por fazer o que eu quero e ficar bem comigo mesma isso implica em quebrar um padrão e lidar com o choque ou as críticas que sociedade reproduz de forma alienada.
Enfim, essas e outras questões do universo feminino foram levantadas durante nosso primeiro ano de pesquisa juntas, que contou com leituras, entrevistas , ensaios e exaustivos debates entre duas mulheres de personalidade forte.
Nunca participamos de um encontro de mulheres palhaças. Ninguém nos falou nada exatamente sobre o tema de nosso número, houveram generosos comentários sobre técnica, idéias de cena, e um anjo querido chamado Leo Abelha que até se propôs a criar uma trilha, além de nos salvar de diversos percalsos. Mas nos seminários sentimos uma certa falta de vontade das palhaças e palhaços presentes em discutir a questão do feminino e da recente figura PALHAÇA.
Chegamos até a nos questionar se nosso caminho nesse sentido era pertinente. E após um pouco de reflexão chegamos a conclusão de que sim, é pertinente, na medida em que nos incomoda e pelo que tenho sentido , discutir o feminino, seja ele na mulher ou no homem ainda incomoda e muito. Acho que é um sinal de que a reflexão ainda tem muito pano para manga.
Mas acredito que o maior encontro desse Anjos do Picadeiro 11 foi o encontro entre duas mulheres,atrizes,palhaças e amigas, convivendo intensamente, se equlibrando, se tolerando, trocando e aprofundando uma parceria de muito trabalho, diversão, reflexão e aprendizado.
Aproveito o ensejo para agradecer e parabenizar todos do teatro de Anônimo pela realização! Em especial há João Carlos Artigos, que me iniciou na arte da palhaçaria me fazendo chorar e pedir pra cagar! À Julia Guimarães pelas lindas fotos e generosidade em cedê-las! Aos amigos queridos que foram Anjos com agente, da Escola Nacional de Circo, do Crescer e Viver e de vários lugares do Brasil! Há Leo Abelha e Jeferson Cunha pelo cuidado e atenção!

Onírica Imersão

Entre os dias 11, 12, 13 e 14 de janeiro de 2013 estive com o Coletivo Onírico num trabalho de reclusão artística, ou ao menos, esperávamos que assim fosse. Fico pensando no significado da palavra ‘imersão’ e o quanto estamos predispostos a mergulhar no significado que ela nos pede, ou até mesmo que nos obriga a descobrir. A proposta era de se realizar um trabalho em reclusão, ou seja, nos isolarmos do mundo cotidiano e focar o pensamento, as palavras, os rascunhos para um determinado fim (ou começo), que é a criação de um novo espetáculo.

Falar dessa atividade de imersão é falar de como fui convidado a participar do Coletivo Onírico e também de re-ver minha posição aqui. Inicialmente fui convidado para ser o diretor de ‘um novo trabalho’, no momento do primeiro papo em grupo percebo a necessidade de um dramaturgo também, além de um desejo por outro ator, papel este que sempre resisti a aceitar. Assim, desde meados de abril de 2011, com alguns percalços, pausas obrigatórias e afastamento de pessoas, chegamos a um denominador comum, de que o processo coletivo apenas se justifica como coletivo quando compartilhado entre todos os membros, nesse sentido, apenas na vivência desses dias numa belíssima chácara no interior do interior de Sumaré-SP, debaixo de muito frio, chuva e nenhum sinal de celular e tampouco TV, funda/mentalizamos a estrutura que teimaremos a seguir.

Entre muitas falas, falácias, gritos, momentos de insatisfação, passagens, maçãs, vassouras, bastões, catação de diversos adjetivos, belas improvisações, ideias absurdas, filmes, textos, o Lôro (papagaio), o Pretinho e o Amarelo (cachorros da chácara) e 2 jabutis lésbicas, surgiram audaciosos projetos, que gostava de chamar como Geografias, que seriam estruturas monológicas onde cada um dos atores exploraria o universo de personagens que andaram criando/fruindo das improvisações, muitas delas provenientes da experiência com a Intervenção Urbana e uma observação da estrutura de Cidade, aliado à ideia de não fugir de um possível universo onírico, recheado de inspiração pelas histórias de contos de fadas e um pensamento muito forte desse Coletivo com o sistema de sustentabilidade que se vê/vive[?] na cidade. Todo esse percurso, não só de nossa imersão, formou uma enorme teia, que neste momento não me aventurarei a aprofundar, pois os diários dos atores ainda contam com segredos dos quais não podem, ou não devem ser revelados, afinal, nosso bebê ainda está em gestação (literalmente!) e muito dessa intensão+intenção ainda permanece em desenvolvimento. É desejo meu que, num futuro bem próximo, organizemos um caderno/livro de ensaios com a experiência criativa deste trabalho.

Por fim, falando um pouco mais sobre nosso processo de imersão aprendemos que a ação deve ser natural, seja no movimento belo que realizamos de não falar e cuidar de nosso jantar e ao mesmo tempo produzir cenas, pensar delicadamente e se concentrar em suas Geografias, seus personagens e suas energias de amor/violência/segredo, até a hora de ser generoso com as estrelas, com o lugar que nos acolheu. Talvez nosso grande aprendizado tenha sido de fato este, a acolhida, que se fez/faz entre nós e nossa possível ‘Cidade do Entre’.

Papai Noel Caveira no Natal de 2012

No dia 23 de Dezembro ás vésperas do Natal, saiu ás ruas da cidade o nosso personagem de natal, O Papai Noel Caveira. Dessa vez esteve pelo centro de Campinas, passando pela Praça do Fórum até a Praça da Matriz.
As ruas lotadas abarrotavam-se de pessoas dos mais variados lugares, classes e idades. Queriam somente garantir o presente de seus filhos e queridos. A hora de gastar e comprar era aquela, já que haviam recebido seu décimo terceiro. E no meio da multidão aquela estranha figura á míngua, roupa vermelha, pé com gangrena e uma cara de caveira.
As crianças olhavam curiosas sempre puxadas pela mão de suas mães. Mas a mãe quando percebia a caveira, puxava ainda mais forte o braço de seu filho.
Criança: Você é o mesmo Papai Noel que eu conversei no shopping?
PNC: Não, eu sou o verdadeiro.
Os meninos jovens morriam de rir, algumas mulheres faziam cara de horror, as crianças passavam curiosas, depois de passar por ele viravam o pescoço e lá de longe ainda olhavam.
O Nosso verdadeiro Papai Noel não encontrava o natal naquela bagunça e perguntou pra um bicheiro:
– Onde está o natal?
Bicheiro: Acontece essa época do ano.
– Mas qual é o sentido dele?
Bicheiro: a o sentido é compra, esse negócio de menino Jesus é só historinha pra contá.
Talvez o nosso Papai Noel Caveira já soubesse disso, mas é sempre bom ver se tem alguém que desconfia do mesmo que a gente…
Já outra senhora olhou o papai noel caveira com tamanha ternura que parecia estar de frente com um bebê lindo e frágil (desses de propaganda de fraldas) depois de trocarem esse curioso olhar, Papi Caveira à perguntou:
_ O Natal existe senhora? Saberia me dizer onde é que ele está?
A senhora emocionada disse:
_Existe, no coração das pessoas.
Houve quem desse dinheiro, os primeiros o Papi Caveira negou, mas depois com tanta oferta ele acabou cedendo, deram uns 3 reais ao final.
Papi Caveira entregou alguns presentes á quem se deixou receber. Eram mensagens de amor. E de consumismo, também. 
       As vezes ficamos conflitados com a presença do Papai Noel Caveira, pois é uma figura assustadora, que meche com o sonho delicado das crianças e com as memórias dos adultos. Mas quem se aproxima dele, percebe sua doçura. Não somos contra o natal, acreditamos que esse é um período importante de lembrar que precisamos demonstrar o amor que sentimos pelos queridos e quem sabe despertar o amor com que devemos tratar-nos em geral. Apenas pensamos que o impulso consumista está tão forte que o mais importante fica soterrado nos papéis dos presentes. O Papai Noel Caveira vem pra tentar equilibrar esse conflito, e pelo menos para nós mesmos têm cumprido seu papel.

Mais intervenção Cabide de Empregos

Nesse final de semana nós do Coletivo Onírico juntamente com outros “sonhadores de uma cidade melhor” repetimos a série da “Performance Cabide”. Dessa vez começamos pelo bairro da Capela na praça da Bíblia e na rodoviária do bairro, e,  logo depois no centro da cidade. A performance tem o objetivo de, primeiramente, informar os transeuntes  sobre o que vem sendo aprovado na câmara dos vereadores da cidade de Vinhedo, mais especificamente em relação á criação de 17 novos cargos de secretários, aprovação essa que acreditamos ser desnecessária á essa cidade que apresenta sérios problemas na área da saúde, educação e cultura. Após as apresentações distribuímos um panfleto explicativo:

                                                                                Intervenção Cabide
                É uma ação performática, um manifesto público de caráter apartidário. 
           Não somos filiados a nenhum grupo político. 
Somos formados por artistas, estudantes, comerciantes, donas de casa, 
empresários e demais representantes da sociedade civil vinhedense.
 
Estamos todos contra as medidas que a Câmara de Vereadores tem realizada ultimamente, 
pois acreditamos que eles, eleitos para representar o povo,
 não estão representando ninguém que não seja eles mesmos. 
Primeiro, no ano passado a Câmara aprova o aumento do próprio salário em 61%
e agora aprovaram uma lei que cria 17 cargos de Secretários Adjuntos no valor absurdo de R$ 8.480,00
 
QUEM PAGA A CONTA É O POVO VINHEDENSE!
O povo quer investimento em SAÚDE, EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE, TRANSPORTE E TURISMO SOCIAL.
O Coletivo agradece todos que participaram dessa intervenção :

Raul Leite (fotos),
Carol Donato,  Nayla Tebaldi e Elias Mendes (atores)

“Cabide”

Ontem, dia 24 de novembro, o Coletivo Onírico realizou a intervenção urbana “Cabide” na cidade de Vinhedo-SP. Esse manifesto artístico relâmpago foi criado as pressas, assim como foi as pressas e sem debate que a Câmara de vereadores aprovou definitivamente, 17 cargos de confiança com supersalários para secretários adjuntos, no valor de R$ 8.480,00.

O nome “Cabide” vem de Cabide de emprego.

Nosso experimento foi inspirado nas peças didáticas de Bertold Bretch: o coro, a encenação da situação problema e as canções. Somamos isso a pesquisa

de intervenção urbana, com os jogos de corpo-instalação e deriva, 
criando imagens na rua, e in
teragindo com o espaço.
Escolhemos finalizar a cena com a canção “
É” 
de
G
onzaguinha.

 

M
ui
tas pessoas vieram até nós, apoiando nossa ação, falando de política e nos deixando com a sensação de estarmos mais vivos e ativos. 
Matéria do Correio Popular:
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2012/11/capa/campinas_e_rmc/8998-vinhedo-tera-mais-17-secretarios.html
Link da matéria exibida no Jornal da Globo-Eptv:

Litoral Encena

Nesse fim de semana do dia 21 de outubro, o Coletivo foi em direção á serra do Mar , agora para apresentar o Catação de Histórias na cidade de Santa Branca e Jambeiro. Participamos da programação do Litoral Encena, que é um dos mais importantes festivais  do Brasil voltados para grupos de Rua , teatro de Bonecos  e Objetos Animados e espetáculos teatrais que se apropriam de técnicas circenses. Realizado pela FUNDACC em parceria com a Abaçaí Cultura e Arte, o Litoral Encena trouxe para Caraguá, e mais doze municípios do entorno, 130 apresentações. E nós estávamos lá!
No domingo conseguimos descer até Caraguatatuba pra prestigiar o grupo Galpão de Belo Horizonte   e também o Grupo Teatral Athos de Batatais. Aproveitando também  pra ver e o grandioso Mar.
O Coletivo agradece Sarkis da secretaria de cultura de Santa Branca e ao Neo, técnico de som que nos deram total apoio pra nossa apresentação ter público e som!!!
E ao pessoal de Jambeiro: Darlene e Rogério da Secretaria de Educação, Lau da secretaria de Cultura e Marcela da escola EMEF Maria Olímpia Vieira.
E é claro, as inomináveis forças da natureza que nos trouxe um Sol lindo pras duas apresentações!

Pé na estrada!

E na semana passada, o Coletivo Onírico pegou a Via Anhanguera com
destino a Jaú! Na véspera de feriado, a rodovia cheia, não impediu que nós chegássemos ao nosso destino: a terra de Hilda Hist! Quem nos recebeu lá, foi a Carol Panini, da Bendita Produtora, responsável por nos incluir na programação do SESI durante o “Recreança”. Mesmo a chuva fina não espantou o público, que super receptivo acompanhou nossa apresentação com muita empolgação.
No dia seguinte mais estrada: fomos pra cidade de Dois Córregos, apresentar no Teatro de lá ( e tomar um delicioso sorvete de macadâmia!)
O Coletivo agradece a Carol, Adélio e os ilustríssimos filhotes Margot e Toninho!